31 janeiro 2007

O Adeus!

Há onze (ou treze, depende da data que o blogger vai mostrar) dias que às sete da manhã recebi um telefonema de meu pai aos prantos dizendo que a mãe dele havia morrido.
Levantei-me da cama meio bêbado e meio de ressaca se é que isto é possível porque havia tomado todas e mais algumas na noite anterior. Logo após recobrar a consciência, liguei para todos que devia ligar, liguei de volta para ele e me comprometi em buscá-lo no aeroporto.
Às 22:40 encontro no portão de desembarque "B" um velhinho, cansado, cabelos despenteados, barba por fazer, roupas maltrapilhas, olhos fundos e uma vontade enorme de terminar a viagem que só estava começando. Ato contínuo, abro meus braços e aperto este velhinho cansado que há menos de 2 anos era um coroa bonitão, forte e ativo. Espero terminar de cumprimentar minha mãe, irmã e esposa, passamos em uma cafeteria apenas tomarmos um capuccino e nos dirigimos ao estacionamento.
Pegamos o carro e pé na estrada. Percebia a ansiosidade dele em querer chegar rápido mas não atendi à esta expectativa, pelo contrário, diminuí ainda mais a velocidade, porque afinal todo mundo que tinha de morrer naquele dia já havia morrido.
Fomos direto do aeroporto ao velório municipal onde se encontrava o corpo de minha avó. Por falar em avó, esta foi a referência de seriedade, autoridade e serenidade durante muito tempo em minha vida. Lembro-me bem do sorriso em seu rosto quando eu com 18 anos "grávido" ouvia suas palavras. Mulher de belas palavras, solitária viúva criou com vigor 14 filhos.
Chegamos ao velório. Lá estava a minha velhinha avó deitada no caixão, fria, imóvel com o mesmo ar sereno, sério e autoritário de sempre. Uma pena a vida ter de acabar. O meu adeus à matriarca da família Bragança de Mendonça foi silencioso, através de uma oração no momento em que todos diziam estar "encomendando a alma" dela. E o meu velhinho pobre coitado. Sentí pena dele naquele momento. Todos os irmãos já resolveram tudo o que tinham de resolver na vida, só ele que ainda não. Depois de velho resolvera se aventurar pela vida e como todos sabemos que isto é caminho sem volta, ele ainda não se encontrou. Agora com a perda da mãe será ainda mais difícil.
Após passar uma noite inteira em claro velando o corpo vejo o sol apertar meus olhos para que sua claridade não me cegue. Está na hora de me despedir. Voltei até perto do meu velho, o abracei e disse: - Estamos indo, não vamos esperar o enterro.
E ele me respondeu: - Vá, sei que você tem muito trabalho à fazer neste domingo, encontro contigo no final desta semana.
Assim, desta maneira apenas virei minhas costas entrei dentro do carro e voltei para casa. Não sei se me despedi da minha avó da maneira como todos queriam, mas tenho certeza que eu vivo do jeito que ela ensinou. Na luta diária pela independência e no esforço sem precedentes para manter a família unida. Uma pena é pensar que agora tudo que me restará do relacionamento com os demais filhos de minha avó serão as lembranças de natais divertidos, do leite com café na velha mesa de madeira na cozinha, dos biscoitos wafer, das cosquinhas que a tia solteirona me fazia, da cara de bravo do marido de outra tia, dos porres do outro tio, do piano à sala nunca mais tocado por ninguém após a morte de um primo, da tia espírita que me ajudou em momentos que todos fizeram o contrário, da outra tia engraçada que me ensinou a ouvir música clássica, da tia moderna que faz meus perfumes, dos primos ricos que sempre tinham os melhores brinquedos. Naquele dia me despedi de tudo e de todos. Porque estas pessoas só foram unidas porque minha avó tinha este poder, agora tudo se foi.

27 dezembro 2006

Natal ou Neo Natal

Descobri que ninguém se importa comigo. Mas também sei que ninguém na verdade não se importa com ninguém. Hoje, um amigo perguntou-me: "Como foi de Natal?", sei que ato contínuo à esta pergunta ele me questionaria alguma coisa técnica como realmente aconteceu, o que na verdade era a pergunta real dele. Se eu lhe contasse que realmente meu Natal acredito que ele não iria nem fazer a pergunta que realmente queria fazer. Fazemos tantas coisas por educação que acabamos sendo mau educados sem perceber. Só consegui descobrir isto porque o meu Natal realmente foi o pior dos piores. Eu enfiei a mão na cara da minha irmã (mais velha que eu) porque ela me encheu o saco. Acabei com o Natal de todo mundo e aquele clima de fraternidade eu mandei pro inferno em um simples soco. O bacana é que meu Natal passou a ser o Neo (da Matrix) Natal, em câmera lenta descendo o braço em direção ao rosto daquela megera que insiste em achar que o irmão dela é um monge budista rei da paciência. Mas gente, vamos falar a verdade: Paciência e educação tem limites né? Eu quase parei a sequência de perguntas do meu amigo só pra lhe dizer que meu Natal foi realmente uma tragédia. Assim, eu estaria agora explicando para ele o que aconteceu que minha paciência foi abdusida pelo espaço sideral e como eu delicadamente optei por não arrancar de vez os dentes da minha irmã e fazer com que assim ela nunca mais sorrisse. Fiquei realmente p.to da vida com ela. O problema nem foi o que ela disse a mim, mas a intenção das palavras dela: "Jogue o carro no buraco que é bom que o seguro me dará outro"! Eu estava saindo com minha esposa e filho. Pensa bem se isto é coisa de dizer? Então, eu só respondi assim: Diga mais uma palavra sequer e você verá eu lhe enfiando a mão na cara. Ato contínuo estava eu com um soco indo lentamente em direção a seu rosto. Bem feito! O povo acha que agente não tem palavra. Acredite, se eu disser vou fazer, por mais inacreditável que pareça, acredite. E eu a ovelha negra ainda saí com a fama de mal porque eu não poderia ter batido nela. Lembrando que eu estava de saída já incomodado com as coisas que ela me havia dito. Quer saber? Vou baixar o nível e dizer: FODA-SE! Mexeu com marimbondo, morreu picado! Ela tem só 26 anos que me conhece, sabe exatamente como me tirar do sério. É bom que aprendeu à nunca mais mexer comigo. Se ela não souber se comunicar, eu tenho certeza que eu não sei. Pra ela eu não tenho argumento, vou logo pra porrada porque assim não perco meu tempo. Mas o legal mesmo é o pessoal me perguntando: "E aí meu amigão, como foi o Natal?" e agente sempre respondendo: "Foi ótimo e o seu" - e pra variar, quando agente pergunta "E o seu?" também não está nem de longe se fudendo pro que a pessoa vai responder. Porque na verdade agente e nem ninguém se importam. Boa observação, lembre-se de que quando perguntar, queria de verdade saber a resposta, não pergunte apenas para ser educado. Aurevoir!

18 dezembro 2006

Histórias de outrem.

Queria escrever uma história, um e-mail apaixonado enviado de uma garota por seu ídolo famoso, mas não conseguirei. Então, fica aqui registrado que eu tentei!!!