13 abril 2007

Das promessas e das obrigações

Hoje estou em guerra comigo mesmo. Enquanto escuto My immortal do Evanescense vou contando a história que me levou a ficar assim.

Dia 11 passado foi meu aniversário. Recebi ligações de parentes que jamais pensei que me ligariam e não fui lembrado por várias pessoas que pensei que lembrariam. Até aí, dia normal. Minha esposa e filho ficaram dóceis comigo, carinhosos como nunca foram antes. Também pudera: É a primeira vez em 10 anos (para ela e para ele 8) que moramos juntos (fazem 4 meses). Dia 11 então foi ótimo.
Passado o dia, vamos à quinta-feira. Acordo com sono, agenda cheia até as 23:00. Mas como persistência é um adjetivo que carrego constantemente em minha mente, vamos lá. Passo o dia bem, trabalho, academia, trabalho, escola, reunião, caminho de casa. Chego em casa e sou recebido como todos os dias por meu filho (acho isto a coisa mais gostosa do mundo, ser recebido na sua própria casa por quem lhe ama). Minha esposa desta vez permanece deitada na cama e dela não recebo nem um boa noite. Ainda pensei: Será que ela está com raiva porque fiquei em reunião até tarde da noite? Bem, logo percebi que não. Vou passo pela copa e não encontro a mesa posta como de costume (embora o pouco tempo de convívio, criamos o hábito de tomarmos café juntos quando chego. Passo fome todos os dias só pra poder ter uma refeição em família diariamente) Ainda me pergunto: O que eu fiz? Continuo a vida. Já que não tem mesa posta, vou tomar banho para depois decidir se vou comer algo sozinho. Ainda não recebi nem um "boa noite" ou um "como foi seu dia" da minha esposa. Meu filho deita-se no meu lugar da cama ancioso por dormir, afinal já é tarde. No chuveiro quando estou só é assim que gosto de ficar. Porém, minha solidão é interrompida pela presença da minha esposa. Convido-a a tomar banho comigo e só pra variar ela se recusa. Fiquei tentando entender a razão de tanta frieza. Segundos depois comecei a conversar assuntos diversos... Logo vieram as cobranças... Mas você num falou isto e agora tá fazendo diferente e tal e tal e tal. Nossa... seu filho não está me respeitando nenhum pouco... Saio do chuveiro já que nem o prazer de tomar uma ducha quente e forte nas costas eu posso. Me seco e vou até meu quarto. Lá está meu pequenino, obediente como sempre logo se virou para prestar atenção no que eu falava. Disse que a tolerância com ele agora será zero se ele não repeitar sua mãe e etc. etc. etc... aquele sermão que todo pai acaba passando no filho...mas que na verdade sabe que a responsabilidade das faltas dele com relação à mãe são exclusivamente dela.
Ela começa a balançar a cabeça com olhar desaprovador do sermão que eu rezava para ele. Vou pegar uma peça de roupa na gaveta e a encontro vazia. Fazia mais de uma semana que percebia a gaveta ficando vazia... não é machismo ou qualquer outra coisa, é uma questão de obrigação: Se você decidiu ou está em casa, porque não cuidar das pessoas que de outra maneira estão tentando cuidar de você... relacionamento é troca... Até para lavar as cuecas é troca. Questiono sobre as roupas: "Estão para passar!" - ouço... pergunto de novo: Mas não estavam lá desde ontem? - "Estão, mas não tava afim de passa-las." Daí eu explodi. Porque afinal as pessoas não fazem as coisas que ficaram incubidas de fazer? Nem sei. Rezei outro sermão, desta vez para ela... daí ela resolveu à base de choro mexer nas roupas para passar. Fiquei mais furioso ainda... Não é possível que eu tenha de ficar explicando as coisas ou mesmo ensinando algo para uma pessoa 2 anos apenas mais nova que eu. Não dei muita idéia depois disto. Hoje acordei, me arrumei, não perguntei nada e quando estava de saída ela acordou: "Nossa, são quantas horas?" E eu disse: 8:30. Ela sempre me leva na porta pelas manhãs (já disse que gosto de ser recepcionado né?) até porque foi uma coisa que eu vivia pedindo. Hoje não pedi, não conversei e não dei o beijo de despedida nela. Apenas disse: Tchau. Estou realmente magoado. Não foi esta a pessoa com quem me casei. Não é este tipo de apoio que estou esperando. Não é este compromisso desleixado que queria para mim. Porque eu me comprometo, viro dia, viro noite para poder mantê-los bem ou mal mas mantenho. Agora poxa, será que num dá pra me compensar tendo no mínimo zêlo e carinho pela minha pessoa. Agora, depois de umas quatro músicas passadas pelos meus ouvidos termino o post de hoje com a mensagem: Não se case!!! É muito chato se ver acorrentado à uma pessoa diferente daquela que você namorou.

29 março 2007

Complexidade transitória

Pela segunda vez tento produzir o post de hoje. Na tentativa anterior eu estava explicando euforicamente que tinha conseguido uma tag HTML que representava a tabulação. A tag é a seguinte: <dd>. Enfim, a conclusão que cheguei é que toda a complexidade é transitória. Várias vezes neste mesmo blog eu publiquei mensagens onde o recurso mais cabível para a praticar a formatação dos textos era os famosos três espaços no início dos parágrafos. Agora tudo mudou: <dd> irá mudar minha vida para sempre(hehehehehe).

Então falemos das coisas complexas: Agora eu tenho um carro. Antes eu queria fazer um monte de coisas no meu PDA enquanto eu me dirigia para a escola. E como a situação mudou, ou seja, eu não posso mais usar minhas mãos e atenção no PDA para escrever nada. À não ser que eu queria colidir com um carro a minha frente. Mas tudo bem eu acho que consigo viver com isto, já que os benefícios de não mais andar de ônibus são incalculáveis. Porém, eu tinha um tempo razoável para ler ou escrever... e este tempo não está mais disponível para tais fins. Mas como toda complexidade é transitória, já solucionei a questão. Irei proceder com gravações das coisas que gostaria de escrever e vou falando enquanto dirijo. Vou ficar parecendo um maluco conversando sozinho, tirando minhas conclusões e às vezes com mais gente dentro do carro que não irá entender nada, mas eu vou conseguir de alguma forma registrar minhas idéias se é que estas existem.

Viram como a complexidade é transitória? Viram que qualquer problema não importa o tamanho tem solução e estas solução são às vezes tão óbvias que não conseguimos vê-las? Então vou deixar desta vez um dever de casa à vocês: Eu já resolvi como irei registrar meus posts antes de digitá-los e antes mesmo das idéias esvaírem-se dos pensamentos. Agora quero ver vocês resolverem o problema do trânsito que enfrento tanto para vir ao trabalho como quando estou indo à aula.

28 março 2007

Vida de estudante.

    Vou começar este post agradecendo duas pessoas: Primeiro, meu amigo de muitos anos Thales Vinícius que adicionou meu Blog aos outros amigos comuns e que aliás fez um comentário bem bacana "para vocês verem que eu tenho um amigo meio pirado". Simplesmente reflexo da verdade vista por ele (e eu concordo). A outra pessoa, é "anônima" (isto, entre aspas) que é a Érica L. pessoa que até o momento mesmo sem me conhecer foi uma das únicas à me desejar sorte na caminhada.
Então que fique registrado à ambos o meu muito obrigado pela atenção dispensada.
    Agora vamos ao título do post: Vida de estudante. Para que todos saibam, estou cursando o bendito oitavo período do curso de Sistemas de Informação em renomada (leia-se excelente mas não é Federal) instituição da área no estado de Minas Gerais. Vejo-me neste momento de minha vida como no post anterior realizando um "mundarel" de coisas ao mesmo tempo: Projeto de estágio, projeto de fim de curso, desenvolvimento de um novo produto, o próprio trabalho por si só, a aquisição do carro e mais um universo de coisas que me fazem acordar próximo das 7:30 e ir dormir depois das 2:00. Mas vida de estudante é assim. Uma infinita correria contra um tempo que já tem o fim pré-determinado.
    Tem sido difícil dormir pouquissímas horas por noite e saber que final de semana é algo que escreveram em um calendário muito, mas muito diferente do seu. O bacana(desculpem-me o regionalismo, mas quem é mineiro vai entender e quem não for entenda como "muito legal") da correria é que sua vida passa a ser semelhante à de um viciado em entorpecentes (lícitos ou não). A cada minuto que passa você já não consegue mais ficar parado sem estar lendo, escrevendo ou produzindo alguma coisa porque está viciado no que eu chamo de "droga do terceiro milênio" e o que as outras pessoas dão o nome de stress. Queria abrir um parênteses agora só pra informar que enquanto produzo este texto, estou escutando umas musiquinhas da China, o que me fez lembrar de um amigo modelo (veja no Spaces do Thales) e outro amigo Samurai. Sábio guerreiro que se esgueirou pela vida ocidental em busca de realizações pessoais. Fechado o parênteses, estava falando sobre o vício pelo estado de stress. A realidade é um pouco diferente, porque ninguém quer sofrer um infarto ou mesmo uma depressão em decorrência de longas jornadas stressantes. O que eu acredito mesmo é que todo estudante deveria ser viciado em adrenalina, porque estudar é um jogo entre caça e caçador. Cara hora você está em um dos papéis e haja adrenalina para fugir das armadilhas.
    Tudo que sei, é que este será o último período de um tempo que sentirei saudades. Acho que todo mundo que já passou por uma universidade sabe do que eu estou falando. São anos de dedicação, decepções, alegrias e comemorações (sempre escrevo as coisas ruins no meio de outras boas para não serem muito enfocadas, porque o que vale é o bom) e de repente você se vê sozinho nadando num mar onde a corrente à cada momento te leva para um lado. Parabéns, você venceu e agora está sozinho novamente. Muito embora lhe sobrará alguns, dê adeus aos amigos da faculdade porque eles não serão mais seus amigos da faculdade, serão na maioria dos casos uma foto desbotada em um empoeirado album de recordações ou mesmo um contato no seu MSN. É muito legal (leia-se bacana) chegar ao fim, muito triste saber que ficará sozinho e compensador saber que agora você terá pelo menos um ou dois novos amigos daqueles que irão perdurar para todo o sempre.