01 agosto 2006

Terça Feira


Eu tenho vinte e seis anos. Sou casado há um ano e tenho um filho seis anos mais velho que meu casamento.
Pelo menos sua mãe é minha esposa. Isto torna a vida dele bem menos complicada. E a minha também.
Ser casado é um simples ato de coragem e fé! É acreditar que as rosas vão ficar murchas logo nos primeiros dias do matrimônio e que mesmo assim podemos ser felizes juntos em meio a uma vida cinza. Às

vezes nós conseguimos colorir uma parte do dia, mas sempre vem uma picuinha para deixar tudo preto e branco de novo.

Eu levo uma vida dupla. Não no sentido dos agentes do FBI ou dos cafajestes da novela mexicana, mas sim porque eu não vivo na mesma cidade que minha esposa e filho. Os vejo apenas nos finais de

semana e consigo mesmo assim brigar com minha esposa durante a semana quase inteira. A última semana tive problemas sérios, inclusive uma áfita nasceu na minha gengiva por causa disto. Graças a

Graham Bell o inventor do telefone e ao Marty Cooper que inventou o celular e também ao Bill Gates que tornou os sistemas de computador mais fáceis de usar agora sou bombardeado o tempo todo. E dizem

que só os mísseis Jericho 2 (Israel) que conseguem nos pegar de tão longe. A minha esposa simplesmente aperta alguns botões sentada na frente do computador dela e eu explodo há mais de 100 KM de

distância. É incrível como ela consegue.
Me considero uma pessoa pouco sociável. Entenda sociável como aquele indivíduo que consegue ser bem aceito e querido por todos do meio em que vive. Isto quer dizer que já passou da hora de trocar de

meio.
Vou mudar completamente de assunto:
Recebi uma informação legal neste momento. Saiu na revista super interessante a lista dos mísseis mais potentes usados nas guerras atuais com seus respectivos países. Ei-la:

O link veio do Yahoo! Respostas


Minuteman (EUA): Alcance: 10.000Km Vel. 24.000 Km/h
Topol-M (Russia): 10 500km em 24.000 Km/h
DF-5A (China): 13.000Km em 24.000 Km/h
M45 (França): 6.000 Km em 12.000 Km/h
Trident 2 D5 (Reino Unido): 7.400 Km em 21.000 Km/h
Agni 2 (Índia): 2.500 km em 11.000 Km/h
Shaheen 2 (Paquistão): 2.500 Km 12.240 Km/h
Jericho 2 (Israel): 1.500 km em 10.000 Km/h
--------------
Computador, celular ou telefone fixo: podem dar a volta ao mundo em segundos e têm autonomia infinita.(ou enquanto houver energia elétrica)

Resumindo:
- Dava pra usar apenas oito unidades para acabar com a guerra no mundo. Bastava direcionar cada um deles para a cabeça do presidente de seu país de origem. Quanta ignorância é a guerra.
E o pior: mais ignorante do que a própria guerra é dizer para um soldado que ele está realmente defendendo o interesse comum. Acho que nenhum cidadão de bem tem o interesse em atirar em um pai de

família, em explodir crianças ou em matar dezenas de civis (ou não). Acho que sair atirando nos outros bestas que foram convencidos de que morrer na guerra vai-se ao paraíso não é interesse comum. A

guerra destroi a dignidade de toda uma nação, sua história e sua economia. Talvez seja isto. Se descobrirem uma bomba que explode apenas a economia de um país as violentas guerras acabam. Basta

explodir a economia de um país para que rapidamente este se renda a qualquere oferta do país ofensor.

Voltando ao assunto:
Ser sociável ou não né? Acho que não sou e pronto! Talvez seja por isto que não seja sociável. Eu decido que as coisas tem de ser de uma forma e vou desta forma até o fim. Mas só faço isto quando

acredito que realmente aquela é a maneira que vai dar certo. Senão nem tentaria. Isto também é um fator que pode me tornar não sociável.

Hoje começam as aulas. Vou como ouvinte porque não fiz minha matrícula. Amanhã já irei como aluno, muito embora isso não vá fazer diferença visto que apenas vou para ouvir o que os professores têm a

dizer. Raramente eu anoto alguma coisa. Talvez os nomes deles seja algo interessante de anotar... Mas logo desisto da idéia porque eles vão lembrar meu nome do primeiro ao último dia deste semestre!

Adivinhem porque? Porque eu não sou sociável!

31 julho 2006

Segunda Feira

Segunda-Feira, 31 de julho de 2006.

Como de praxe acordei às 4 da manhã. Manter a vida de estar em casa no interior todo final de semana tem seu preço.
Diferente das outras segundas-feiras, chove. É o primeiro dia depois de um ano de casado. Acordei com menos sono desta vez. Será que estou me acostumando com esta
rotina?
Não tenho tempo para pensar se sim ou se não. Minha esposa acorda junto comigo, me dá um beijo bem gostoso e volta a dormir. A se ela soubesse o quanto eu gosto
dela. Antes que sua mente volte ao estado de incosciencia trocamos umas duas ou três palavras, mas enquanto eu não saio de casa ela não dorme direito. Corro pro
chuveiro. A água passa por ele sem muita pressão. Não sei o que há de errado. Sinto frio. Mudo a chave para "inverno" e começo a me derreter de calor. Nossa nunca vi um
chuveiro tão "extremático" como este: No "Verão" água fria demais e no "inverno" quente demais. Mas a culpa é da pressão da água.
Procuro me concentrar no que tenho de fazer. Termino o banho e fecho o chuveiro. Uma última gota de água já fria cai sobre minha nuca. Sinto um calafrio e abro a porta

do box procurando desesperadamente uma toalha. Um vento frio passa por mim, começo a tremer. Enrolo-me mais que depressa na toalha e me aqueço. Em instantes, já

estou sentindo calor novamente. Vou na direção do quarto do meu filho. Quarto este que só dorme minha mala e minha roupa de trabalhar já separada.
Arrumo-me rápido. Já são 4:15 e em instantes o carro com minha bondosa mãe vai chegar para buscar-me. Termino tudo rápido e vou para meu quarto, onde dormem

minha esposa e filho. Entro silenciosamente e fico ali velando o sono deles. Meu pequeno está todo descoberto, agacho-me e cobro-o novamente com o edredon quentinho.

Minha esposa acorda e me pergunta o que está havendo. Respondo-lhe que nada, que estava ali vendo-os dormir enquanto minha mãe não chegava. Na minha mente a

resposta real era: "Que saco queria dormir até mais tarde, acordar junto de vocês e passarmos o dia juntos". Mas não respondo assim porque não posso fraquejar com

nosso objetivo. Lembro-me de supetão que estava a esquecer os cheques para pagar a faculdade. Digo a minha esposa e ela pediu para pegar sua bolsa, lá está o talonário

com apenas 4 folhas e agora depois de passar por suas mãos, todas estão assinadas. Pego a bolsa e coloco-a de volta. Ajoelho-me novamente perto de meu filho mais uma

vez descoberto e beijo-o demoradamente. Volto até a cama e faço o mesmo com minha esposa. É hora de ir. Minha mãe já está me aguardando na porta. Saio de casa e

com minha mala enorme, minha velha companheira de viagem. No caminho vou conversando com minha mãe sobre coisas de relevancia duvidosa. Mas o importante é

manter os olhos da minha mãe no caminho. Chegamos à rodoviária. Me despeço dela com um beijo e me encaminho diretamente ao onibus. Dessa vez não preciso de

comprar a passagem. Já estava com ela desde ontem. Entro no ônibus, procuro a poltrona 37, acomodo minha bagagem, assento-me, abro a janela, fecho as cortinas e

reclino a poltrona. Fecho os olhos na esperança de encontrar sono. Mas ele está distante. Sei que irei encontrá-lo nos próximos sessenta quilometros. Mantenho os olhos

fechados. Não demorou muito depois da saída do ônibus para o sono subir a bordo. Ao meu lado, uma moça com olhar esbugalhado. Estava com tanto desejo de voltar a

dormir que nem tinha notado a presença dela. Pela estrada sonho que alguém que já havia morrido morreu novamente. Acordo e o suor toma conta de mim. Percebo que já

estou na cidade de destino. Volto a cochilar. Encontro-me agora na rodoviária de Belo Horizonte. Já são 7:30. Muito embora não me importe, percebo que houve atraso. A

fila para pegar o taxi dá voltas em si mesma. Tento a solução paleativa. Vou para área de embarque de passageiros e tento pegar um taxi que está deixando alguém.

Rapidamente consigo. O motorista, simpático me leva direto para o local que separa-me de minha família porém me dá condições de mantê-los como uma família. Desço,

pago os oito reais da corrida e vou direto para fila do elevador. Cumprimento o segurança do prédio e ele sempre sorridente retribui. Uma das quatro portas se abrem,

todos se direcionam a ela. Eu só por curiosidade aperto o botão para chamar o elevador novamente e outra porta se abre. Incrível, vou subir praticamente sozinho. Junto a

mim, dois colegas que desceriam no mesmo andar que o meu. Chego ao décimo sétimo andar. Vou começar profissionalmente o dia. Agora é hora de fechar os olhos para

não ver a semana passar. No escritório, uma única surpresa: Quase ganhamos na mega sena. Os amigos do bolão ficaram tensos ao ver que apos acertarmos tres dezenas,

as outras três tinham a diferenca de uma unidade com a dezena jogada. Não foi dessa vez que ficamos milionários. Mas o importante mesmo não é o ficar milionários. Jogar

na mega sena nos dá a esperança de um podia poder sair dessa vida medíocre que levamos. Vou continuar meu dia normalmente. Esperando ter muito trabalho pela frente

já que é este que me dá o sustento. Não vejo a hora de chegar em casa para dormir e começar tudo outra vez.

11 abril 2006

Tempo

Hoje é meu aniversário.
Apenas alguns poucos se lembraram. Talvez tenham até enviado algum e-mail mas eu não recebi nada ainda.
Estranho como agente de repente se descobre no meio de um monte de gente mas ninguém dá a mínima pra você. Eu percebo cada dia mais que a reciprocidade do amor é a coisa menos certa que podemos ter na vida. Gostaria muito de que as pessoas realmente se lembrassem de mim, mas vejo que tudo, familiares, amigos, colegas de faculdade... Todos se esqueceram. Mas tem um lado bom. Hoje é um dia de peneira... somente aqueles que realmente lhe amam (ou não) vão lembrar de você no dia do seu aniversario. Acho que é isto que eu tinha de postar hoje. Chega de melancolia.