22 dezembro 2005

Ao longo do dia. Parte (2)

Dos incapazes de fazer um elogio

Neste exato instante dei-me conta de que sou uma pessoa incapaz de fazer elogios senão por algum tipo de crítica enrustida. Se é que me entendem, eu só faço elogios (com exceção aos feito à minha esposa e filho) quando tem algo em jogo, seja para ajudar a pessoa elogiada ou em benefício próprio. Este negócio de ficar bombando o ego dos outros é pura idiotice. Não que isto o que eu acabei de dizer seja a mais pura verdade, mas é apenas uma consideração desta minha mente incapaz de elogiar alguém. Esta afirmação na passa de uma justificativa que meu ego utiliza para não se rebaixar ao de ninguém. Isto me tornou uma pessoa pobre de espírito. Na realidade eu já deveria ser, mas como nós temos conhecimento do mundo individualmente, isto passou a ser verdade pra mim agora. Mas agora vem a questão, o que aconteceu que eu descobri este fato que irá mudar minha vida para sempre? Simples: Estava lendo blogger de um cara que escreve aliás excelentemente bem (to começando a aprender) e quando lí os comentários que os leitores fazem de seus textos fiquei impressionado com tamanha massagem no ego do rapaz. Realmente, devo admitir que ele é muito bom, mas num fundo eu queria acreditar que ele não era melhor do que eu. Quanto ignorancia, santo Deus! Me perdoe Rafael se em algum momento você ler isto, e a proposito, você é realmente muito bom ao que tange escrever. Bem, mas estou aqui para falar esclusivamente do meu umbigo senão teria postado um comentário no blogger do Rafael.
Então, voltando a falar de mim, percebi que a vida inteira cometi um erro. Sempre achei que era melhor do que todos mesmo de forma inconsciente. Vou aprender à partir de hoje reconhecer o meu lugar e quem eu sou, porque se sou melhor que todos, sou o melhor engenheiro, o melhor escritor, o melhor ninja, o melhor amante e marido e o melhor pai e no entanto eu nem sou engenheiro, nem escritor, muito menos ninja! Só espero ser um bom marido e amante para minha esposa e um pai legal para meu filho. Voltemos ao caminho dos homens comuns porque até mesmo o maior deles era um homem comum. Por favor, adicionem 6 horas na hora da postagem.

Ao longo do dia. Parte (1)


Ao longo do dia de hoje eu irei digitando este post. Hoje serão apenas alguns pensamentos e reflexões, nada de muito filosófico ou bonito de se ler, mas foram expressos nos momentos em que ocorreram ou ocorrerão.
Os grandes filósofos falam que o mundo é do jeito que agente o vê. Sinto-me concordante com eles do início ao fim. Ontem, o galpão que servia a todos onde trabalho era apenas referenciado como a fábrica ou mesmo administrativo. Hoje é denominado galpão velho só que mudaram-se as pessoas para um galpão ao lado até mais velho (cronologicamente) que este primeiro. Eu não sei onde é que as coisas vão dar em 2006, é até estranho falar "onde vão dar" mas é o termo mais apropriado para o momento. Estamos caminhando e as coisas que fazemos caminham conosco e por isto vão dar em algum lugar e este será onde nós quisermos que ele seja. Portanto, continuo sem saber onde é que vão dar as coisas em 2006 porque não sei por onde tenho caminhado.
De certa forma isto é saudável porque deverei me tornar flexível à ponto de me adaptar rapidamente com o que vier, porém não me dá muita perspectiva de futuro. E é para o futuro que caminhamos. Viver o dia como se fosse o último é até bonito de ler ou ouvir, mas temos sempre que possuir um plano de contingência caso o plano não der certo: "E se eu acordar amanhã? Vou estar vivo e não planejei nada?" Salvo àqueles que estão em fase terminal de alguma doença, já quase sem conversar ou mesmo respirar, a probabilidade de acordarmos amanhã é muito grande e por isto não podemos ignorar os fatos. Viver Deus dará" como o Zeca Pagodinho falaria "deixando a vida me levar" é realmente perigoso. Enveredar-se por caminhos tortuosos e escuros é preciso, mas pode ser mais tranquilo desde que tenhamos um mapa.